Prepare-se para a imigração americana: erros comuns e como evitá-los

Prepare-se para a imigração americana: erros comuns e como evitá-los
Você já deve ter ouvido histórias de turistas que, ao chegarem aos Estados Unidos, foram parados pela imigração, revistados e até deportados — mesmo com documentação em dia. Parece exagero? Pois saiba que isso está acontecendo com mais frequência do que se imagina, especialmente desde que o governo americano adotou medidas mais rígidas de “verificação aprimorada” nas fronteiras. E não pense que só quem tem algo a esconder está sujeito a isso.

Se você está com viagem marcada para os EUA — seja a turismo, intercâmbio, estudos ou negócios — vale a pena entender o que pode levantar suspeitas e, mais importante, como se preparar para evitar transtornos. Afinal, ninguém quer começar uma viagem com o pé esquerdo, não é?

Prepare-se para a imigração americana: erros comuns e como evitá-los

Primeiro, é importante saber: ter um visto aprovado ou um ESTA válido não garante a entrada nos Estados Unidos. Eles apenas autorizam você a embarcar. A palavra final sobre sua entrada no país é dos agentes de imigração, e eles têm autonomia para questionar, revistar e até negar sua entrada caso algo levante suspeitas.

De acordo com a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis), os oficiais de fronteira têm “amplo poder” para avaliar o real propósito da sua visita. Se houver qualquer indício de que você pode estar com intenções diferentes daquelas declaradas no visto — como trabalhar ilegalmente, por exemplo —, a entrada pode ser negada.

E esse “indício” pode ser algo tão simples quanto o seu perfil no LinkedIn. Sim, já houve casos de pessoas barradas por declararem estar “em busca de oportunidades” na plataforma profissional, o que foi interpretado como intenção de trabalhar nos EUA, mesmo com um visto de turismo.

Outro ponto crítico: seus dispositivos eletrônicos podem ser revistados. Celulares, tablets, laptops… nada escapa do olhar atento dos agentes. A busca pode ser manual (com o aparelho desbloqueado em mãos) ou forense (quando conectam o dispositivo a um software para escanear todos os dados). E sim, isso pode acontecer sem necessidade de mandado judicial.

Por isso, especialistas em privacidade recomendam algumas atitudes simples, mas poderosas:

• Apague conteúdos sensíveis que não gostaria que fossem vistos.
• Desative o Face ID ou Touch ID do seu aparelho.
• E, principalmente, desligue o celular antes de chegar à imigração — pois ao ligar novamente, ele exigirá a senha, dificultando o acesso imediato.

Se você se recusar a desbloquear o telefone, ele pode ser apreendido — e, pior, você pode ter a entrada recusada por “não colaborar”.

Fotos, mensagens, posts antigos, grupos do WhatsApp, curtidas… Tudo pode ser interpretado como sinal de risco ou inconsistência com seu propósito de viagem. Já houve, por exemplo, o caso de um estudante que teve o visto cancelado porque havia fotos com armas em seu celular — mesmo que fosse apenas por lazer.

Outro caso curioso foi o de Becky Burke, uma turista britânica de 28 anos que pretendia participar de um programa de troca (hospedagem por tarefas domésticas). Apesar de não haver pagamento envolvido, as autoridades consideraram aquilo como trabalho informal, violando o visto de turista. Resultado? Ela foi detida por 19 dias antes de ser deportada.

Mesmo cidadãos e residentes permanentes não estão isentos. Eles não podem ser impedidos de entrar no país, mas também podem passar por fiscalizações demoradas e invasivas. Um simples “X” vermelho ao escanear o passaporte pode levar a longos questionamentos, como relatou Catherine, uma cidadã naturalizada que foi detida duas vezes desde o início da política de tolerância zero.

• Verifique seu visto ou ESTA e tenha todos os documentos organizados.
• Seja claro e coerente nas respostas ao oficial de imigração.
• Desligue o celular antes do controle de fronteira e evite conteúdo comprometedores.
• Não mencione trabalho, busca por oportunidades ou qualquer atividade fora do escopo do seu visto.
• Evite brincadeiras ou posts polêmicos nas redes sociais antes da viagem.
• Seja honesto, mas cauteloso com as informações que compartilha.

Viajar para os Estados Unidos continua sendo uma experiência incrível — mas, diante do novo cenário de fiscalização rigorosa, a melhor bagagem que você pode levar é a informação. E agora que você já sabe como se proteger, boa viagem — e que a imigração seja só uma formalidade no início da sua aventura!

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