Disney avalia adotar preços dinâmicos nos parques dos EUA após testes bem-sucedidos em Paris
Disney avalia adotar preços dinâmicos nos parques dos EUA após testes bem-sucedidos em Paris
A Disney pode estar prestes a realizar uma das mudanças mais significativas em sua política de ingressos desde 2016, quando introduziu o sistema de valores por faixas. Agora, tanto a Disneyland quanto a Walt Disney World estudam a possibilidade de implementar preços dinâmicos, seguindo o modelo lançado na Disneyland Paris em novembro de 2024.
Disney avalia adotar preços dinâmicos nos parques dos EUA após testes bem-sucedidos em Paris
A informação foi confirmada pelo diretor financeiro da Disney, Hugh Johnston, durante o Wells Fargo Technology, Media and Telecommunications Summit, realizado nesta quarta-feira (19). Segundo ele, a performance inicial do sistema europeu tem sido “muito positiva”, mas a empresa ainda quer aprimorá-lo antes de levá-lo aos complexos dos Estados Unidos. Como explicou: “Está indo muito bem, mas vamos realmente garantir que o otimizamos antes de trazer para os parques domésticos. Provavelmente não veremos isso neste ano, mas nos anos seguintes, sim.”
Como funciona o modelo testado em Paris
O sistema da Disneyland Paris funciona de forma semelhante ao que já acontece com companhias aéreas e redes hoteleiras. Em outras palavras, os preços variando constantemente de acordo com fatores como demanda, sazonalidade e proximidade da data da visita.
Assim, os valores podem subir em dias de alta procura, diminuir em períodos de menor movimento e até mudar entre o momento da seleção e o fechamento da compra. Inclusive, o visitante tem apenas uma hora para concluir a transação antes de o preço poder ser atualizado novamente.
Quando questionado sobre a semelhança desse formato com o das passagens aéreas, Johnston preferiu minimizar a comparação. “Eu preferiria não pensar dessa forma, para ser honesto. Mas sim, é semelhante”, admitiu. Ele ressaltou ainda que hotéis da Disney em Anaheim e Orlando já utilizam algum nível de tarifação variável, o que torna a integração com os parques um “próximo passo natural”, embora mereça cautela. “Queremos evitar problemas de experiência do visitante ou feedback negativo. E, francamente, até agora, em Paris, não vimos nenhum.”
Reação do mercado e possíveis impactos nos EUA
Atualmente, a Disneyland Paris é o único complexo da marca com tarifação totalmente dinâmica. No entanto, o sistema tem agradado analistas financeiros. Um relatório da consultoria Lightshed Partners sugere que a novidade pode aumentar tanto a frequência de visitas quanto o gasto dos visitantes, especialmente porque estimula compras antecipadas.
Segundo a análise, “se o consumidor teme que o preço vá subir, tende a comprar antes do que faria normalmente”. Isso pode gerar um fluxo de receita mais previsível para os parques, ao mesmo tempo em que redistribui a demanda ao longo do ano.
Além disso, o sistema eliminaria os reajustes anuais amplamente divulgados pela Disney, já que o preço deixaria de ser fixo ou anunciado publicamente. Como destaca o relatório, “a única forma de saber quanto custa um ingresso é tentar comprá-lo naquele momento”. Na prática, isso removeria a necessidade de comunicados de aumento, tornando a precificação mais fluida — e, de certa forma, menos sujeita a polêmicas.
O que esperar daqui para frente
Embora a Disney não tenha confirmado uma data para a possível implementação nos parques dos EUA, o cenário indica que a mudança está no horizonte. Se os testes europeus continuarem apresentando bons resultados, é provável que a empresa avance para uma fase mais ampla, integrando o novo sistema à experiência do visitante de forma gradual.
Para os fãs da Disney, isso significa ficar atento: a compra antecipada pode se tornar ainda mais estratégica, e visitar os parques pode exigir um pouco mais de planejamento. Ainda assim, a promessa é de uma abordagem mais moderna, alinhada às tendências do mercado e capaz de equilibrar demanda, preço e fluxo de visitantes de maneira dinâmica.
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