Aeroportos dos EUA podem flexibilizar regras para líquidos e notebooks após fim da exigência dos sapatos
Aeroportos dos EUA podem flexibilizar regras para líquidos e notebooks após fim da exigência dos sapatos
Depois de mais de duas décadas obrigando passageiros a retirarem os sapatos nas filas de inspeção, a TSA (Administração de Segurança no Transporte dos EUA) deu um passo histórico: anunciou, no dia 8 de julho, o fim dessa exigência em diversos aeroportos do país. Mas a novidade não para por aí. A agência agora avalia revisar outras medidas de segurança, como a obrigatoriedade de retirar notebooks da bagagem de mão e a restrição de líquidos a frascos de até 100 ml.
Aeroportos dos EUA podem flexibilizar regras para líquidos e notebooks após fim da exigência dos sapatos
A decisão é parte de um movimento mais amplo. Segundo Kristi Noem, secretária de Segurança Interna, todas as regras atuais estão sendo reavaliadas à luz dos avanços tecnológicos em equipamentos de triagem. Com a adoção crescente de scanners de ondas milimétricas e sistemas de tomografia computadorizada (CT), a TSA acredita que é possível manter um alto nível de segurança com procedimentos menos invasivos.
A regra dos sapatos, por exemplo, foi criada após a tentativa de atentado em 2001, quando um terrorista tentou detonar explosivos escondidos nos calçados. Hoje, 382 dos 432 aeroportos federais dos EUA já contam com tecnologias que detectam esse tipo de ameaça sem a necessidade de remoção física.
Com base nesse avanço, a U.S. Travel Association elogiou a flexibilização e defende que o próximo passo seja rever o limite de líquidos. A entidade argumenta que medidas como essas ajudam a reduzir filas e a melhorar a experiência dos passageiros, sem comprometer a segurança — especialmente em tempos de alta demanda aérea.
Entretanto, nem todos estão convencidos. Especialistas em segurança apontam que a TSA está operando sem liderança formal — o cargo de administrador não tem nome indicado pela Casa Branca nem aprovado pelo Senado. Para o professor Sheldon Jacobson, da Universidade de Illinois, a agência está “sem leme”, o que levanta dúvidas sobre a coerência e os critérios por trás das decisões mais recentes.
Além disso, há pressão política em jogo. Senadores republicanos vêm criticando a lentidão da TSA e propõem transferir as operações de segurança para empresas privadas, o que pode estar influenciando o ritmo das mudanças.
Nos aeroportos que já utilizam scanners CT, como alguns nos Estados Unidos e dois no Reino Unido, as restrições de líquidos e notebooks já são mais brandas. Esses equipamentos são capazes de identificar explosivos líquidos com precisão, permitindo que os passageiros mantenham seus pertences na bagagem de mão. No entanto, a TSA admite que a implementação completa desses aparelhos em todo o território americano só deve ser concluída por volta de 2043 — um prazo ainda distante para uma mudança definitiva.
Enquanto isso, o fim da exigência de remover notebooks pode ser o próximo a cair, com a liberação dos cintos e jaquetas também em discussão. Especialistas alertam que, embora esses itens não representem riscos diretos, podem gerar falsos alarmes nos detectores de metal, o que exige atenção redobrada.
O caminho para o futuro da segurança aeroportuária parece apontar para tecnologias mais inteligentes. Biometria e reconhecimento facial prometem acelerar o processo de identificação e reduzir a necessidade de inspeções físicas, tornando as viagens mais rápidas e confortáveis.
Para quem busca mais agilidade, o programa TSA PreCheck continua sendo uma excelente opção, permitindo passar por inspeções simplificadas após um processo prévio de aprovação.
Em resumo, o fim da exigência de tirar os sapatos pode ter sido apenas o começo. A TSA sinaliza que mudanças estão a caminho — e os viajantes agradecem. Afinal, mais eficiência e menos desgaste são tudo o que se espera ao embarcar rumo a um novo destino.
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